- Por Brasileirinho
Nascimento do Conhecimentista III
Enquanto os historiadores postulam fatos históricos sem a presença do conhecimento, nasce o Conhecimentista. Veio ao Mundo de uma folha em branco. A sua manjedoura é um caderno em branco. Contudo, chega ao Mundo e ninguém lhe dá atenção. Encontro-o num pedaço de papel sobre uma mesa em Petrópolis. Ao menos, acolho-o num caderno com folhas em branco. Bem sei, ali estar o lugar onde ele gosta de estar.
Vamos ficando amigos. Desejo compreender sua presença que os historiadores nos negam. Os últimos 150 anos de História tem sidos retratados como uma disputa entre liberalismo e marxismo. Cada lado reivindica para si como o motor da mudança. Sem dúvidas a melhora do padrão da vida da Humanidade foi extraordinário. A proporção de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza extrema caiu cerca de 80% para 8% e o número absoluto caiu pela metade; as taxas de alfabetização aumentaram mais de cinco vezes, para mais de 80%; os direitos civis e o estado de direito são incomparavelmente mais amplos. Em muitos países, os indivíduos agora estão livres para escolher como viver e com quem.
A História evolui notavelmente nos últimos 150 anos. A questão é se foi devido aos socialistas, liberais, ou a ambos. Entretanto, falta aos historiadores colocar seu olho clínico também na produção do conhecimento. Questionar se todo esse desenvolvimento aconteceria sem a inserção do conhecimento como elemento de História. Entender se o progresso acontecido não se deu graças a integração entre educação-ciência-inovação.
O homem está sempre a procura de encontrar um lugar para sua existência. Olha as estrelas, cultiva a terra, mas o lugar que encontra alguma resposta é na folha em branco. Ali cozinha uma sublimação que o leva a crer que existe um significado das coisas a ser procurado. Filho do espírito do símbolo, o Conhecimentista penetra no segredo do homem de encontrar um lugar para sua existência.
Todo homem nasce para ser um Conhecimentista. Uma viagem interior o chama. A sua biologia necessita se juntar a uma subjetivação. A vida do homem não é mais pular de galho em galho, migrar por continentes. O seu desafio tornou-se viajar do Universo para o Mundo. De matéria para palavra. Das trevas para a luz.
Por MELK