- Por Brasileirinho
O Conhecimentista
Estamos num vazio de História. O Mundo se tornou um caldeirão de complexidades e perdemos o contato com o simples. O óbvio é visto: a Idade Média foi conduzida pela terra, a Moderna pelo capital e entramos na Idade do Conhecimento onde seu elemento é o conhecimento. A questão é que a atual conjuntura não consegue elevar o conhecimento como um novo agente de História.
A confusão é geral. As ruas estão cheias de reivindicações, mas não vê-se alguém a levantar a bandeira do conhecimento. Falta-nos uma liderança, um personagem capaz de nos retirar dos ditos do século 19. As questões operárias, camponesas, burguesas continuam mas necessitam serem vistas por um novo ângulo. Principalmente o de que numa Era do Conhecimento o trabalho é antecedido pelo conteúdo. Sem geração de conteúdo não há trabalho nem desenvolvimento econômico.
Entendamos que a História é lenta. Fazer História para 7 bilhões de pessoas exige segurança. A diferença é que vivemos uma mudança de época. Entretanto, a sociedade está atrasada a respeito do significado da geração de conteúdo. Os seus partidos políticos se omitem, a população não é esclarecida. Dramatizar os conflitos entre o capital e o trabalho ocupa todo o espaço da mídia. O resultado é que as pessoas vão para as ruas e não levantam um slogan a respeito da dinâmica do conhecimento.
Um novo personagem precisa acontecer. O extraordinário de nossa época é que o nosso contato com o natural é antecedido por um banco de dados. Não mais vivemos sob o período manufatureiro da Revolução Industrial. O novo cenário é o de apontar no natural a partir dos imaginários que propomos. A partir de símbolos é que geramos os eventos que conduzem a época. Precisamos de um personagem a expressar as conseqüências deste mundo simbólico.
A geração atual é desafiada a ser capaz de fazer essa mudança de época. A fazer a História pisar neste novo chão. O novo rebento a despertar é o conhecimentista. A sua origem não sai de dentro da floresta, vem da folha de papel em branco. Esse é o seu território. O de cultivar a folha em branco e plantar a árvore do conhecimento. Dali retirar teorias, tecnologias, empregos capazes de conduzir a civilização.